quinta-feira, 31 de agosto de 2006

QUINTA

SORGATTO DE VOLTA
O novo Secretário de Estado da Agricultura, que vai cumprir os meses que ainda restam ao atual governo é Gelson Sorgatto, de Xaxim. Ele já foi secretário em 1997 e 1998 e é suplente de deputado estadual pelo PMDB (já teve outros mandatos como deputado). Como são poucos meses, não terá tempo de inventar muita coisa, a não ser dar prosseguimento aos programas e projetos em andamento.

ASSESSOR REVOLTADO
O Secretário da Fazenda, Felipe Luz, exonerou o assessor de imprensa que trabalhava com Max Bornholdt, para poder colocar sua própria assessora (é um cargo comissionado de confiança). Coisa normal e corriqueira. Só que o moço não gostou e saiu atirando. Diz-se “perseguido”. Decerto queria que lhe arranjassem uma vaguinha em algum outro lugar, pra poder continuar, mais uns meses, usufruindo das benesses do estado. Ou então se achava poderoso o suficiente para ficar, mesmo depois da saída de seu chefe. Apesar de todo o choro, não teve volta. Tá na rua.

DE OLHO NO DIARINHO
A edição do Observatório da Imprensa desta semana (é atualizado sempre às terças-feiras) traz o noticiário sobre a compra do jornal A Notícia, os planos expansionistas da RBS “rumo norte” e publica o editorial sobre a recusa de filiação do DIARINHO pela ANJ. Em outros artigos, são feitos comentários sobre o congresso que a ANJ realiza e que teve a presença do presidente-candidato Lula na sessão de posse de mais um mandato de Nelson Sirotsky como presidente.

VIDA DURA
Um dos principais problemas criados com a venda do jornal A Notícia é o tempo muito longo de transição. Até o dia 21 de setembro os colegas jornalistas, especialmente da sucursal de Florianópolis, terão que fazer das tripas coração para conseguir trabalhar “normalmente”. Sem saber se serão demitidos imediatamente ou depois de algum tempo, sem ter certeza de nada, porque os novos donos provavelmente mudarão a forma de A Notícia atuar. Os jornalistas devem estar vivendo momentos difíceis, de grande desânimo. Espero que alguém, na diretoria que está deixando o jornal, encontre forma de fazer com que os aspectos humano e emocional das redações sejam contemplados nessa transição. No mínimo como uma espécie de gesto simpático e solidário de gratidão e despedida.

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RESSACA
A abertura da exposição comemorativa de um ano da coluna foi uma beleza. Muita areia para o meu caminhãozinho. Estiveram lá o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murilo, o presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas, Josemar Sehnem e vários colegas. Um sucesso.

Como sou novo na profissão, tenho que ficar esperto pra não perder nenhum lance. Ainda mais quando se trata de uma conversa de presidentes (o presidente da Assembléia, deputado Júlio Garcia, de cabelos escuros, e o presidente da Associação Catarinense de Imprensa, jornalista Moacir Pereira, de cabelos claros).



Presenças ilustres, à esquerda, o deputado João Henrique Blasi, líder do governo e a anfitriã, Jamile Machado, encarregada da Sala de Imprensa da Alesc. À direita, o agitador político-cultural Mosquito (Amilton Alexandre) e o deputado Afrânio Boppré (P-SOL).

Na foto acima, Paulo Alceu recebe uma lição do Rui Guimarães, sob o olhar atento da diretora de comunicação da Alesc, jornalista Lúcia Helena Evangelista Vieira.

As aparências enganam: os dois astros do ringue colunístico não estão duelando, como esta montagem fotográfica pode sugerir. Eles são bons amigos e têm em comum (comigo), a vista cansada, que nos obriga a levantar o queixo pra ler os cartazes.
(Fotos do Rubens Flores e do Eduardo Guedes)

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

QUARTA

EXPOSIÇÃO ABERTA
Na fotinha acima, a exposição que está aberta na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa (de segunda a sexta), com entrada grátis, até o dia 15 de setembro. Mostra alguns momentos desta coluna De Olho na Capital, que conseguiu completar um ano sem que eu fosse despedido, processado ou vaiado na rua.

O DILEMA DO VOTO NULO
Já falei aqui, umas duas vezes, contra a campanha do voto nulo. Mas esta coluna não só tem leitores, como tem leitores exigentes que cobram explicações melhor elaboradas e claras. Na última vez eu disse uma coisa que soou como uma bobagem e é claro que os leitores defensores do voto nulo estão me enchendo a caixa postal de gozações. Sim, eu também erro. Erro sempre. Vivo com a cabeça cheia de galos porque no dia seguinte, ao olhar o jornal vejo os erros e fico batendo com a cabeça na parede: “burro, burro, burro!” o que não adianta muito, mas pelo menos me ajuda a esquecer mais rápido os erros cometidos.

Mas, neste caso, não chega a ser um erro. Talvez uma divergência de interpretação. Eu disse: “se tiver um milhão de votos nulos e trezentos votos válidos, a eleição será decidida por estes”. E os defensores de uma anulação maciça dos votos citam o artigo 224 do Código Eleitoral, que fala que “Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações” e aí serão marcadas novas votações.

MAIS UMA ELEIÇÃO?
O problema, o xis da questão está justamente no conceito de nulidade. Porque o mesmo Código, quando enumera, no seu Art. 220, as razões de anulação, não cita o fato de um grande número de eleitores terem anulado o voto (tecnicamente, terem errado seu voto, votado em candidato inexistente) como motivo para anular a votação. Segundo esse entendimento, então, só quando as anulações correspondentes aos motivos legais, em geral problemas da mesa coletora e/ou da urna, chegarem a mais da metade do total dos votos é que será realizada nova eleição.

Em todo caso, como não sou advogado, rábula ou bacharel, pedi a alguns conhecidos que são advogados e à própria Associação Brasileira de Magistrados, orientações mais precisas, para poder voltar depois ao assunto.

Enquanto isso, minha posição permanece a mesma: ainda que seja possível convencer milhares de pessoas a anular seus votos e que isso de fato resulte na realização de nova eleição, o efeito prático é apenas este: uma nova eleição. Com as despesas correspondentes. Não há nada que garanta que os candidatos serão outros. E nem que o dinheiro público, o caixa 2 e todos os “recursos” usuais de campanha não serão utilizados nesse segundo pleito.

LEMBRAM DO CACARECO?
É claro que entendo o sentido desse protesto e, como muita gente, até acho que seria bom se pudessemos dar um recado claro nas urnas. Nestas urnas eletrônicas que não prevêem a anulação, só o voto branco.

Um recado como o que foi dado na eleição de 1959, em São Paulo, quando o rinoceronte Cacareco recebeu uma média de 30 a 40 votos por urna (teve cerca de 100 mil votos). Foi o “vereador” mais votado. Era um protesto que começou localizado, contra impugnação de candidaturas em Osasco, bairro que queria se emancipar da capital. Só que empolgou a cidade inteira e criou um fato político histórico.

“REJUVENESCIMENTO”
Ontem falei aqui que agora as autoridades municipais só falam em “revitalização”, ninguém reforma mais nada, ninguém dá uma demão de tinta, ninguém faz uma meia-sola. Só “revitalizam” as coisas.

Pois a coligação PMSDBFL (Todos por Toda Santa Catarina contra o Amin), coloca hoje na rua um jornalzinho de campanha, coisa mais linda, impresso pela RBS na gráfica do Diário Catarinense, 250 mil exemplares, falando dos feitos do governo na Grande Florianópolis. Decerto para provar que o LHS gosta da capital.

E lá, na página central do jornalzinhozão, está dito, com todas as letras, que o recapeamento de asfalto das rodovias estaduais que cortam a cidade se chama “rejuvenescimento do asfalto”. Pode? Onde que essa gente está com a cabeça?

Depois de rejuvenescer o asfalto só nos falta a “lipoaspiração da praça”, o “peeling da ladeira” ou a “siliconização das rótulas”. E, como toque final, rímel na mata ciliar, batom na boca da noite e blush nos viadutos, que estes nunca me enganaram mesmo.

GAIVOTA TERRORISTA
Um leitor (hoje a coluna foi quase toda feita pelos leitores) comenta que “o terminal da Joaquina ficou muito legal mesmo”. E, como foi testemunha ocular da história aproveita para contar um episódio ocorrido na solenidade de inaguração:
“Na saída passou uma revoada de gaivotas. Uma delas, na maior cara de pau, lançou um petardo que explodiu na cabeça do Secretário Mário Cavalazzi (do Turismo). Lendo hoje na coluna do Paulo Alceu a resposta do Dário ao Esperidião Amin, vejo que a gaivota estava a servico do ex-governador. Agora não sei se alvo era mesmo aquele, pois o Cavallazzi, até bem pouco tempo era fiel escudeiro do casal Amin. Vá entender...”
Para quem não sabe, está ocorrendo uma troca pública de farpas e desaforos entre o prefeito Dário e Amin. Donde a impressão, do leitor, que a gaivota poderia ser um terrorista treinado para cagar na cabeça dos desafetos. E como os israelenses e norte-americanos já provaram, essa história de bombardeio cirúrgico (acertando apenas o alvo militar) não existe, é muito difícil e sempre causa vítimas civis ou secundárias. O que pode ser o caso do Cavalazzi. Ah, e o Dário se licenciou para mergulhar de cabeça na campanha de 2010 para o governo.

PROJETO LULA 20 ANOS
Ontem o Jornal Nacional anunciou o resultado de mais uma pesquisa. Por causa da abertura da exposição, tive que fechar esta coluna mais cedo. Mas não acredito que tenha acontecido alguma grande surpresa. Lula tem chances reais de ser reeleito e isto não vai mudar. E as hostes lulistas estão tão animadas que já falam abertamente no “projeto Lula 20 anos”.

Acabada a campanha e consumada a vitória, Lula começa a se preparar para o terceiro mandato, em 2015. A jornalista Eliane Catanhêde (Folha) avalia que a costura está sendo feita com a aprovação dos cinco anos de mandato, sem reeleição, passando a faixa para Aécio Neves (ou mesmo Serra) em 2010 e retornando em 2015.

Como parte deste “projeto”, o programa de governo apresentado ontem se distancia da linha econômica ortodoxa, reduzindo o superávit primário e aumentando os gastos do governo.

Tudo seria muito lindo se, acima, por trás, por baixo e envolvendo tudo, não estivesse o descarado descaso pela ética e o abandono de alguns princípios que deveriam ser fundamentais.

A reunião de Lula com os “intelectuais” e artistas desnudou o rei. Ao afirmar que “o jogo real da política” é esse mesmo, Lula admitiu, sem meias palavras que os fins justificam os meios. E que foram utilizados todos os meios disponíveis para atingir o fim, que é “uma situação altamente confortável” diante do eleitorado. O poder.

“Política a gente faz com o que a gente tem, não com o que a gente quer”, afirmou o pragmático e aético Lula para uma platéia de ilustres. E não recebeu uma só vaia, uma torta na cara nem viu caras de espanto. Ao contrário. Seguiu-se um coro idiota de “é isso mesmo, companheiro”, como se a “organização criminosa” tivesse tomado o poder para realizar uma revolução social relevante e aguardada. O fim nobre justificaria os meios ilícitos.

Mas não é nada disso. Eles são como tantos outros, corruptos como muitos e querem o poder para as mesmas coisas de sempre. Só.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

TERÇA

A Associação dos Magistrados Brasileiros lançou, dentro da campanha Eleições Limpas, uma cartilha infantil, desenhada pelo Ziraldo, com o Menino Maluquinho vivendo uma aventura eleitoral. Dentro dos objetivos da campanha, a cartilha discute os principais problemas que envolvem uma eleição, com ênfase para a fiscalização do dinheiro utilizado. Fala também sobre a compra do voto (como nos quadrinhos acima) e o abuso do poder econômico. As cartilhas (tanto a infantil como a dos adultos, com um resumo da legislação eleitoral e recomendações) podem ser solicitadas no seguinte endereço: www.amb.com.br/portal/eleicoes/

Na história em quadrinhos, há uma disputa para escolher o mascote da escola. Concorrem o boto, o leão e a coruja. Mesmo correndo o risco de estragar o suspense, não resisto em mostrar o final (abaixo) que, sem querer, pode ajudar um conhecido candidato catarinense.


ELEIÇÕES LIMPAS. SERÁ?
Fui assistir ontem de manhã ao lançamento, em Florianópolis, da campanha Eleições Limpas, da Associação dos Magistrados Brasileiros.

O presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Pedro Manoel de Abreu, bateu forte e disse que diante de tantos agentes públicos e parlamentares sendo denunciados, o país vive quase uma crise institucional. Ele se preocupa com um “retorno populista” na América Latina e acha que se não dermos jeito na corrupção, devemos temer pelo futuro do País.

O presidente da Associação Brasileira de Magistrados, o catarinense Rodrigo Collaço, disse que é preciso direcionar todo esforço e vontade política, para fiscalizar as eleições, especialmente o trajeto do dinheiro que irriga as campanhas.

Ainda falaram os jornalista Paulo Markun e Moacir Pereira, o presidente do Tribunal de Contas e o presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses, todos, da mesma forma, indignados com a situação a que chegamos e todos igualmente preocupados com o futuro, no caso de não conseguirmos curar nossas feridas.

Markun levantou uma questão interessante: ele sabe em que não votar, afinal, somos todos os dias advertidos sobre mensaleiros e sanguessugas, mas ainda não sabe em quem votar, porque o horário político obrigatório não permite que a gente tenha, dos candidados a deputado estadual e federal, informações suficientes para fazer a escolha.

Ao mesmo tempo em que todos se preocupam com a ética, as pesquisas mostram que a maioria dos eleitores não parece preocupada com essas questões. O presidente-candidato Lula está próximo de receber uma votação que, no entender dele e de seus partidários significa perdão, anistia e absolvição dos pecados passados.

E nada indica que os empresários que têm ou pretendem ter negócios com o governo, possam negar-se a fazer doações eleitorais e mesmo assim terem tratamento isonômico, igual ao daqueles empresários que usam seu “dinheiro não contabilizado” para umedecer a mão dos políticos safados e alimentar a caixa 2 das campanhas. O buraco da corrupção, portanto, além de ser mais embaixo, é grande demais para ser tapado com uma peneira. Ou com uma rolha, apenas.

E não temos muita saída a não ser falar cada vez mais sobre este assunto, chamar a atenção dos distraídos e fazer ver aos “espertos” que o País começa a mudar. Nem todo mundo quer viver num País onde esperteza é sinônimo de desonestidade e “sucesso” significa roubalheira. Ou onde cometer crimes tem até um certo “charme”. Mas a tarefa será árdua e longa.

CAMPANHA NA TV
Teoricamente a legislação eleitoral proíbe imagens externas e montagens ou uso de recursos sofisticados na produção dos programas eleitorais de TV. Mas nem precisa ser especialista para perceber que as campanhas majoritárias usam tanto imagens externas especialmente produzidas, quanto recursos de edição e gráficos bem sofisticados. Afinal, pode ou não pode?

MIRO GANHA PRAÇA
O saudoso colunista Miro (Cláudio Silva), que durante cerca de 15 anos fez, no jornal O Estado, o contraponto ao Cacau Menezes, agora é nome de praça na Praia da Joaquina, que a prefeitura acabou de “revitalizar” (agora ninguém mais reforma nada, só “revitaliza”). E o Toló, surfista que morreu num acidente na década de 80, deu nome ao terminal turístico, que passa a se chamar Jucundino Pereira Neto (seria mais simpático chamá-lo apenas de TTT: terminal turístico do Toló).

Pelo que entendi (não fui lá olhar) fecharam a rua que ia até a praia e fizeram, no lugar, a tal “praça de acesso” a que deram o nome do Miro. “Praça de acesso”? Esse Dário...

O PASSEIO DO ARQUIVO
O Arquivo Público vai ocupar a antiga sede da Imprensa Oficial do Estado, no Saco dos Limões. Reabre na quinta-feira. Pelo menos saiu ali da Mauro Ramos, onde as condições eram bem precárias. Mas, ao que tudo indica, não ficará muito tempo no novo endereço. O projeto é mudar, tanto as máquinas da antiga IOESC (agora Diretoria de Atos Oficiais) quanto o Arquivo, para o Centro Administrativo, em prédio que será construído ao lado da Secretaria da Administração, a quem os dois órgãos estão vinculados.

UM ANO DE OLHO
Abre hoje, às 19h, na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis, a exposição com que o DIARINHO e este que vos fala comemoram o feito de termos conseguido sobreviver por um ano fazendo esta coluna, de forma completa e absolutamente independente.

E vamos comemorar na Casa do Povo. Uma espécie de homenagem aos políticos honrados, aos deputados que levam seu mandato a sério. Que não são muitos, é verdade, mas que ainda existem e merecem nosso respeito.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

SEGUNDA

Depois de ter pedido, e conseguido, cidadania italiana para ela e os filhos (para lhes garantir um futuro melhor), Dona Marisa, que não dorme no ponto, parece que está treinando, no McDonald’s, para assumir o novo Fome Zero.
(McDonald’s é empresa multinacional, mas o palhaço é sempre brasileiro).

A ANJ E O DIARINHO
Não sei se é um bom negócio para o DIARINHO se associar à ANJ. Os eventos e os passos da Associação Nacional de Jornais são em geral contaminados pela óptica careta com que os doutores da Universidade de Navarra vêem o mundo dos jornais. E são todos fascinados pela forma com que o escritório de design do Mário Garcia transforma, com seus redesenhos freqüentes, os jornais em coisas parecidas e pasteurizadas.

Mas, em todo caso, ao negar ao DIARINHO o direito de participar da Associação, a ANJ dá um tiro no pé. Todas as pessoas com quem falo, Brasil afora, ficam de queixo caído com o surrealismo da medida. Hoje o assunto já está sendo comentado em alguns sites especializados (como o Midiablog, do Walter Sotomayor). E amanhã quem vai entrar no assunto é o respeitado Observatório da Imprensa, que transcreverá o editorial do DIARINHO de sexta.

Para uma entidade que escreve, em sua “Missão”, que defende “a liberdade de expressão, do pensamento e da propaganda, o funcionamento sem restrições da imprensa”, recusar um jornal porque acha sua linguagem “muito solta” equivale a um ato de censura.

Ao impedir o DIARINHO de participar da “troca de experiências, difusão de inovações e cooperação entre empresas e entidades congêneres”, atividades com as quais a associação pretende desenvolver a mídia jornal, a ANJ está, na prática, boicotando este jornal e tentando impedir seu crescimento.

SIGLA
O PCO, Partido da Causa Operária, cujo candidato a presidente está enrolado com a justiça eleitoral e pede para que a gente os ajude a brigar com os juízes, bem que poderia mudar sua sigla para PCP: Partido das Causas Perdidas.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Não estou recomendando que votem nele, mas não posso deixar de registrar que no meio da mesmice e da pasmaceira do horário político obrigatório, o candidato a Senador pelo PSB, que atende pelo sugestivo apelido de Hulk tem a propaganda mais criativa e bem feita (fotos ao lado). Como numa história em quadrinhos com movimento, as legendas, normalmente maltratadas pelas outras propagandas, viraram elementos gráficos. E além de bem solucionada graficamente, a propaganda tem enredo adequado à proposta.

PESQUISAS
O PP acredita que conseguirá levar Amin para o segundo turno. A penca PMSDBFL já comemora. Os eleitores-oportunistas começam a migrar para aqueles que estão à frente nas pesquisas. Lula não para de rir.

APAREÇAM!
Amanhã às 19h, na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis, o presidente da Alesc, deputado Júlio Garcia, abre oficial e solenemente uma exposição de cerca de 40 painéis com alguns dos “melhores momentos” desta coluna, de agosto de 2005 a julho de 2006.

Espero vocês lá. Ou, pelo menos, apareçam nos outros dias, para dar uma espiada. O pessoal de Itajaí e adjacências pode ficar tranqüilo, assim que sair de Florianópolis a exposição vai para a metrópole praieira, onde terá nova abertura e mais salgadinhos.

sábado, 26 de agosto de 2006

SÁBADO E DOMINGO

O governador Cláudio Lembo foi o personagem da sexta. Afirmou, com todas as letras, que tanto o Geraldo quanto o Alckmin estão derrotados e que Lula leva no primeiro turno. Lembo era vice de Alckmin no governo de SP e continua sendo do PFL, partido que teoricamente deveria apoiar a candidatura do tucano.
(Clique sobre a foto para abrir uma ampliação)

LEMBO LAMBE LULA
O Cláudio Lembo, aquele senhor com sobrancelhas enormes e assustadoras (fotos acima), que era vice governador quando o Geraldo Alckmin era governador de São Paulo, continua desafiando a lógica e distilando ingratidão: numa entrevista ao site Terra Magazine, disse que a eleição está resolvida e que Lula ganha no primeiro turno. E que seu ex-companheiro Alckmin só leva “se acontecer um fenômeno muito especial”.

Levando-se em conta que Lembo é do PFL, partido aliado ao PSDB de Alcmkmin, vocês podem imaginar como foi o dia no arraial tucano. Teve de tudo, de gente que arrancou os cabelos e xingou a mãe do Lembo, até quem tentasse levar na esportiva. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, disse que “Lembo costuma errar previsões... errará mais uma”.

Como bem lembrou o jornalista Ricardo Noblat, ao comentar este fato, todo mundo sabe que a vitória de Alckmin será difícil, mas ao enfraquecer ainda mais sua candidatura, começam a ficar prejudicados os partidos em torno dele e ameaçadas as votações das bancadas de senadores e deputados. “Um candidato a presidente da República derrotado de véspera prejudica quem o apóia e disputa as eleições estaduais”, disse Noblat.

PLURALIDADE AMEAÇADA
O Procurador da República Celso Três está pesquisando, junto à rede nacional de procuradores, iniciativas e sugestões do Ministério Público Federal sobre a atitude que deverá tomar a respeito da compra, pela RBS, do último grande jornal de circulação estadual de Santa Catarina.

Três entende que “além da questão social (desemprego, concentração de poder econômico), a compra viola a cidadania, o direito da sociedade à informação e à expressão”. Diz o procurador que “sem pluralidade a democracia é uma falácia”.

Naturalmente, a preocupação do Procurador é compartilhada por muita gente. Pela ótica do mercado é absolutamente normal que as empresas líderes ampliem crescentemente sua participação e presença. Mas os jornais, embora sejam, sob vários aspectos, iguais a fábricas de sardinhas ou de sabonetes, não são fábricas de sardinhas nem de sabonetes.

Em alguns países, as empresas que possuem canais de TV não podem ter jornais, em outros, há limites para a quantidade de veículos de comunicação que uma mesma empresa pode ter em determinado território. Aqui, porém, não existem essas limitações e chora menos quem pode mais.

CORONEL SARNEY
O grande amigo e aliado do Lula tem feito uma campanha, no Amapá (sim, o ex-presidente é maranhense mas, por conveniência familiar, se elege senador pelo Amapá), típica de republiquetas bananeiras. Manda censurar, por qualquer coisa, jornais, sites e o que mais aparecer. E o Tribunal Regional Eleitoral, com grande sabedoria, acata as reclamações do letrado Sarney.

E os motivos das censuras, ameaças e proibições soam, para nós, aqui do Sul maravilha, absurdas. Ontem o TRE-AP mandou tirar do ar, atendendo representação do Sarney, conselheiro e guru do Lula, uma foto no modesto blog da jornalista Alcinéia Cavalcanti, o “Repiquete no Meio do Mundo”.

A foto proibida era de um muro pichado pelo pessoal do Sarney, para apagar e prejudicar a propaganda de seus concorrentes. Se não tirasse a foto, teria uma multa de R$ 2 mil por dia.

Alcinéia já teve outras ameaças de censura, porque ela disse que Sarney “deve achar que o Amapá é uma fazenda de burros, porque mesmo sendo um homem rico e que ocupa mandato do povo do Amapá há 16 anos, aqui não fez nenhum investimento”.

E também saiu no blog da Alcinéia o adesivo perfeito. “Como a moda é adesivar carros, mande fazer um adesivo com a frase ‘O carro que mais combina comigo é o camburão da polícia’ e cole no vidro traseiro da pick-up daquele candidato”. O endereço do blog é alcilene.zip.net.

ESSE PLUTÃO...
Esta foi, sem dúvida, a notícia mais espetacular da semana: o planeta que perdeu seu posto. Foi despedido e rebaixado depois de alguns anos na função, lá nos cafundós do Sistema Solar.

A GiNiki, blogueira niteroiense do Novesfora (www.blogbrasil.com/noves) resumiu bem o drama:
“Se Plutão é anão,
então não é plutão,
é Plutinho.”
VOTO NULO NÃO ADIANTA
Tem leitores e leitoras que volta e meia me pedem para que eu recomende o voto nulo. E sempre surge aquela história que se o voto nulo vencer “os candidatos ficam inelegíveis” e outras hipóteses, todas sem base real.

Não existe isso do voto nulo “vencer”, porque só contam os votos válidos. Assim, se tiver um milhão de votos nulos e trezentos votos válidos, a eleição será decidida por estes. Voto nulo só interessa aos corruptos.

E A FESPORTE SE FERROU
O clima na Fesporte mudou para muito melhor depois que os amadores do PCdoB saíram e assumiu uma equipe que entende do que faz. Mas antes de sair a turminha capitaneada pelo João Ghizoni (agora um leal servidor do governo Lula) tratou de se arrumar com o nosso rico dinheirinho.

O projeto Segundo Tempo era uma parceria da Fesporte com o Ministério do Esporte, que atende o aluno carente no contraturno da escola, praticando esporte, com reforço escolar, material e alimentação, Em SC são 70 núcleos, com perspectiva de ampliação.A verba, claro, é federal e o projeto era tocado pela Fesporte.

A nova direção, tendo à frente o joaçabense, ex-atleta e diretor do curso de educação física da Unoesc, Edmar de Oliveira Pinto, descobriu que o contrato do Segundo Tempo com a Fesporte não foi renovado porque agora quem toca o projeto é uma ONG. Por coincidência a ONG que ficou com esse filé é controlada pelo ex-oficial de gabinete de Ghizoni, marido da ex-diretora administrativa e financeira da Fesporte.

E o mais grave: o valor do novo contrato chega a R$ 5 milhões, ainda com uma contrapartida de R$ 600 mil da Fesporte. Um verdadeiro assalto ao dinheiro público, uma pouca vergonha, um escândalo sem tamanho.

A nova direção se recusa a fazer o repasse dos R$ 600 mil, até porque falta dinheiro em caixa. O esperto ex-diretor geral, João Ghizoni, já foi chamado para se explicar, mas até agora não deu muita bola, porque a turma do PCdoB, bem mais rica, agora está ao abrigo do Ministério do Esporte de Lula.

O pessoal que trabalha sério com o esporte amador está com os cabelos em pé: enquanto o PCdoB estava na Fesporte, foi um desastre. E, quando saíram, abriram um rombo ainda maior. Acham que a gente é tudo otário.

A ANJ NÃO QUER O DIARINHO
Como muitos leitores deste blog não tem acesso ao DIARINHO impresso, reproduzo aqui o editorial publicado na edição de sexta-feira, sobre a recusa da Associação Nacional de Jornais em aceitar o DIARINHO como sócio.
A inexplicável e insustentável posição da atual diretoria da Associação Nacional de Jornais, de negar ao DIARINHO o direito de associar-se a seus semelhantes, demonstra apenas visão estreita, preconceito e, por incrível que pareça, amadorismo.

Enquanto tantos jornais, no Brasil e no mundo, vêm sistematicamente perdendo leitores e fontes de sustentação econômica, o DIARINHO, administrado por uma empresa enxuta, cumpridora das leis, boa pagadora de impostos, emprega mais de uma centena de pessoas e ainda cresce, ano a ano, na preferência dos leitores e dos anunciantes.

Poucos jornais, em Santa Catarina e no Brasil, podem apresentar os números que o DIARINHO apresenta e ainda orgulhar-se de informar com independência e coragem, falando a linguagem que o povo fala, dizendo o que é preciso ser dito da forma como deve ser dito.

Mas este jornal não é bom o suficiente para a Associação de Jornais presidida, coincidentemente, pelo presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky. E o mais intrigante é que não se sabe, na verdade, por que a ANJ não aceitou a filiação do DIARINHO. E na ausência de informação, surgem as conjeturas: por que a ANJ permitira a filiação de um jornal popular justamente no estado onde a RBS está lançando um jornal popular? por que a ANJ permitira a filiação de um jornal líder de vendas em sua região, se a RBS está aplicando alguns milhões de dólares para neutralizar seus concorrentes?

Claro que estas hipóteses soam como teorias conspiratórias fantasiosas e é possível que uma instituição com a respeitabilidade da ANJ não permita que os negócios do seu presidente contaminem as posições da Associação. Mas... será mesmo tão improvável esse zelo de algum funcionário da ANJ, que sugeriu a não aceitação baseado nos interesses das empresas do presidente e num difuso preconceito que muitos ainda têm contra jornais populares e contra o DIARINHO em especial?

A atitude demonstra que a Associação Nacional de Jornais teme abordagens inovadoras do negócio jornal, se assusta com o sucesso, e se recusa a conviver com linguagens e técnicas plurais. A ANJ, finalmente, demonstrou ser uma entidade preoconceituosa, mesquinha e amadora ao negar, sem maiores explicações ou cuidados, o pedido de filiação do DIARINHO.

Porque a ANJ, como Associação Nacional dos Jornais, deveria ter enxergado que, por trás da linguagem solta e coloquial que tanto abespinha os diretores da ANJ, existe uma empresa moderna, que tem compromissos muito mais sérios e profundos com a ética e com a verdade da informação que alguns tantos que posam de gravata para as fotografias mas que não passam de sepulcros caiados, em quem o leitor, razão primeira e última da existência de um jornal, não pode confiar e, em geral, não confia.
Assim, não é o DIARINHO que perde por não ter sido aceito na ANJ. É a ANJ que perde a oportunidade de conhecer melhor a experiência vitoriosa e ímpar do único jornal catarinense realmente independente que cresce continuamente e já incomoda muita gente.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

SEXTA

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Uma nota curta, publicada ontem no site do Grupo RBS (www.rbs.com.br) informava que tinha sido concluída a compra do jornal A Notícia, de Joinville. A partir de 21 de setembro a RBS assume a gestão do jornal, em mais um capítulo das implacáveis leis de mercado, que levam a uma concentração crescente da propriedade.

O futuro do jornal é uma incógnita, mas deve seguir o mesmo caminho do Jornal de Santa Catarina, adquirido pela RBS há alguns anos: transformar-se num veículo comunitário, local. Pela simples razão que, se continuar com circulação estadual, fará concorrência ao Diário Catarinense, principal jornal do grupo no estado.

Embora seja preocupante pelo que pode representar de estreitamento das opções de informação e redução de postos de trabalho, a compra nada tem de surpreendente.

No dia em que (na década de 70) o governo federal, com apoio do então governador Antônio Carlos Konder Reis, decidiu entregar a concessão da TV Catarinense, de Florianópolis, para o grupo gaúcho, preterindo o concorrente catarinense (do jornal O Estado), definiu-se o futuro da mídia impressa catarinense.

Ter a afiliada da TV Globo no estado significava, mais naquela época do que agora, ter uma fonte inesgotável de recursos, o virtual monopólio do mercado publicitário da mídia eletrônica. E com esse apoio, manter e fazer crescer jornais era muito mais fácil.

E para os jornais que não dispunham desse complemento, a vida foi ficando cada vez mais complicada. O jornal O Estado mergulhou numa crise sem fim. E mesmo assim José Matusalém Comelli, seu proprietário, nunca aceitou as propostas da RBS.

O jornal A Notícia conseguiu manter-se, até onde sei, como uma empresa rentável e bem administrada. Mesmo tendo sido frustradas algumas tentativas de conseguir uma concessão de TV em Joinville, o grupo de A Notícia ainda cresceu e fez o jornal crescer e modernizar-se. Mas era uma questão de tempo, porque Joinville é um polo econômico importante demais para que a RBS se conformasse em ficar de fora.

BORNHOLDT APOIA AMIN
Se este fosse um jornal sensacionalista, eu colocaria o título desta nota bem grandão, no alto da página. Só para que o leitor mais distraído pensasse que se trata do ex-secretário da fazenda Max Bornholdt. Claro, demitido pelo governo, poderia perfeitamente ter-se sentido desprestigiado pelo LHS e resolvido mudar de vida, abraçando-se a outro careca.

Mas não é bem assim. O apoio que Amin recebeu foi do prefeito de Mondaí, Valdemar Bornholdt. Que nem é do PMDB... mas é do PSDB! Ou seja, o Esperidião está levando a sério a história de “candidatura suprapartidária” e não perde oportunidade de dar sustos na supercoligação.

ESSE LULA...
Numa entrevista à Rádio Gaúcha, ontem, o candidato-presidente Lula colocou a culpa do lamaçal e da corrupção, no sistema político. Portanto, nada de ficar achando que a culpa é o nosso Delúbio, do Valerioduto, dos políticos corruptos, do pessoal ladrão que tem no governo:
“...o que aconteceu no Brasil não é problema de um partido político ou de uma pessoa. É um problema da estrutura de organização partidária do País, que está apodrecida”.
Foi exatamente isso que Lula disse, sem tirar nem por. E ele fez uma confissão surpreendente, conforme conta o site de notícias da RBS:
“Para Lula, não há nada mais humilhante do que político pedir dinheiro para campanha para empresários e esses, com medo de ‘algo acontecer’, se verem obrigados a doar recursos.”
O remédio para tudo isso, garante o candidato-presidente, é a reforma política. Aquela mesma, que ele disse que faria logo no começo do governo. E que agora está prometendo fazer no começo do novo período de governo.

Então tá, né? Dizer o quê?

PLUTÃO FOI REBAIXADO
A partir de agora o Sistema Solar tem oito planetas. Plutão, que desde 1930, quando foi descoberto, era considerado o nono planeta, foi reclassificado. E agora é oficialmente chamado de “planeta anão”. Parece brincadeira, mas é uma decisão seríssima da 26ª assembléia geral da União Astronômica Internacional (UAI?) reunida ontem em Praga. E o motivo é que Plutão ainda não definiu “as imediações de sua órbita”, ou coisa parecida.

PT ESTÁ ÓRFÃO
Levantamento feito pelo site Congresso em Foco mostra que os candidatos do PT ao governo só lideram em Sergipe, Piauí e Acre. Mas candidatos de outras legendas que apoiam Lula são líderes em oito estados. E outros quatro (RS, MT, PB e TO) não apóiam Lula, mas também não o atacam.

A conclusão do site é que, pra variar, Lula vai bem e terá provavelmente governadores amigos e amigáveis nos principais estados, mas o PT está tendo dificuldades para convencer o eleitor que merece o voto. Mais ou menos como aqui, onde Lula é o preferido do eleitor, mas Fritsch sofre e patina.

O SOLDADO SÍLVIO TEM PODER!
O personagem na foto à esquerda é o Soldado da Polícia Militar Sílvio Odair dos Santos. Cedido à Câmara de Vereadores de Florianópolis é visto com freqüência dirigindo o carro do prefeito Dário Berger. E ficou conhecido dos catarinenses quando participou do “debate” que a Câmara de Vereadores promoveu com os candidatos a governador.

Segundo a turma do Esperidião Amin o soldado Sílvio agiu como “segurança” do prefeito, tomando as dores do patrão e agredindo o fotógrafo da campanha de Amin. Segundo a turma do prefeito Dário, eles é que foram agredidos com ofensas verbais.

Mas, de qualquer forma, a partir daquele dia ficou-se sabendo que apesar de estar oficialmente à disposição da Câmara de Vereadores, o soldado Sílvio dá expediente mesmo é no gabinete do prefeito Dário.

Só que, além disso, desde abril, o soldado Sílvio é o representante da Polícia Militar no Conselho Estadual de Trânsito (Cetran, que é o órgão superior para questões relacionadas ao trânsito em Santa Catarina), onde recebe “jetons” que podem somar de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil por mês, dependendo do número de sessões. O mandato de cada conselheiro é de dois anos.

Claro que tem tudo a ver colocar o motorista eventual do prefeito no Cetran, afinal deve ter familiaridade com as leis de trânsito. Mas alguns ex-conselheiros e outras pessoas preocupadas com o trânsito não conseguem explicar nem entender por que a Polícia Militar, que normalmente designava oficiais que tinham grande conhecimento da área, agora tenha preferido fazer-se representar pelo soldado Sílvio. Cuja formação e especialização em questões de trânsito não se conhece.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

QUINTA

EDIÇÃO EXTRA (atualizado às 10h) – O último grande jornal catarinense de circulação estadual, A Notícia, foi vendido para o grupo RBS. A venda foi acertada ontem à noite, depois de reuniões que duraram o dia inteiro. Hoje Moacir Thomazi reúne a diretoria para comunicar os detalhes da venda e preparar o anúncio, que será feito na segunda-feira. O valor pelo qual foi feita a venda se torna irrelevante diante da importância e da gravidade do fato em si. Com esta aquisição a RBS passa a ter uma situação privilegiada na comunicação de massa no estado, ao penetrar de forma espetacular no último reduto de resistência que era Joinville, onde dominava o bravo, competente e corajoso A Notícia. Com isso cresce a importância de jornais independentes que são líderes regionais, como o DIARINHO, para que o público tenha acesso a uma fonte alternativa de informação.

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MILTINHO CUNHA
ACUSADO DE PLÁGIO


O colunista Miltinho Cunha, do jornal O Estado, de Florianópolis, ficou repentinamente famoso no país todo. Várias notas de suas colunas, ao longo de um ano, que ele assinava como dele, eram cópias literais de notas de um dos blogs mais conhecidos e visitados da internet brasileira, o “Querido Leitor”, da jornalista Rosana Hermann.

Na segunda-feira ela ficou sabendo disso e botou a boca no mundo contra esse “plagiador catarinense”. Ela é uma jornalista muito conhecida no eixo Rio-São Paulo, redatora do programa Pânico na TV, entre outras atividades multimídias e a denúncia que ela fez espalhou-se como fogo em palha seca.

Miltinho se defende dizendo que uma de suas colaboradoras é que teria copiado os textos da Rosana e encaminhado para ele sem avisá-lo. E ele teria, então, publicado de boa fé, imaginando tratar-se de material original dessa sua colaboradora.

Situação complicada, porque numa coluna assinada se supõe que a responsabilidade pelo conteúdo seja do autor. E quando ocorre uma situação evidente de plágio, transferir a responsabilidade para uma ghost-writer cuja identidade está sendo preservada pelo Miltinho, não alivia em nada a situação.

NO VENTILADOR
Além do nome do Miltinho ter circulado por inúmeros blogs pessoais, ele entrou na roda também em dois prestigiados sites acessados por profissionais da comunicação.

No Blue Bus, especializado em notícias sobre o mercado publicitário, na manhã de ontem, se informava que o blog de Rosana Hermann “vem sendo copiado desavergonhadamente por Cunha” e que ela irá processá-lo.

E o Comunique-se, também muito visitado e que trata de jornalismo e assessoria de imprensa, publicou uma matéria com todo o caso, ouvindo inclusive o Miltinho, sob o título “Colunista plagia textos de Rosana Hermann”.

Nos blogs, que são páginas pessoais onde os leitores podem escrever comentários, o clima é de indignação com a cópia continuada dos textos da Rosana. E não foram copiados apenas textos informativos, mas também comentários pessoais, visões particulares sobre religião, questões pessoais e sentimentos, reproduzidos mantendo a primeira pessoa, mas sem identificar a autoria que, no jornal, seria, para todos os efeitos, do Miltinho Cunha.

E, é claro, muitos tratam de baixar o nível, promovendo uma verdadeira “farra do Miltinho”, ofendendo-o de forma despropositada e desproporcional.

PLÁGIO NA INTERNET
Tem muita gente que acha que tudo o que está na Internet é de domínio público e que não tem nada demais copiar o que lá está. Deve ter sido isso que pensou a “colaboradora” do Miltinho, que em vez de ajudá-lo, colocou-o numa situação que ele mesmo classifica de “galinha depenada”.

Assim como é fácil copiar o que está na rede, é fácil localizar o que foi copiado. Ferramentas como o Google permitem que a gente encontre onde nossas frases e notas foram usados. Mas, em todo caso, é um roubo como outro qualquer e não deve, como os demais, ficar impune. Mesmo porque a próxima vítima pode ser qualquer um de nós.

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FUGA PARA CUBA
O candidato da governador da Frente de Esquerda, João Fachini (do PSOL, o partido da Heloísa Helena) não está em Santa Catarina. Está em... Cuba.

Ora, que diabos estaria um candidato a governador fazendo em Cuba em plena campanha eleitoral, a menos de um mês das eleições? Será que foi lá se candidatar à vaga de Fidel Castro? Ou buscar algumas garrafas de uísque, como os petistas fizeram algum tempo atrás?

Que nada, os motivos do Fachini para estar em Cuba são bem menos misteriosos e políticos do que possam parecer. Na verdade, ele foi cumprir uma tarefa familiar, paterna: foi assistir à formatura da filha. Ela estudou medicina em Cuba, está se formando e a solenidade foi esta semana. E o papai-coruja Fachini largou a campanha e se mandou pra Cuba onde, orgulhoso e emocionado, foi assistir a formatura da filha. Mais vale uma festa em Cuba do que uma campanha difícil aqui.

PFL PEDE A CABEÇA DE SÉRGIO GODINHO
O PFL estava prometendo, desde o dia em que o deputado Godinho disse, na tribuna, que Raimundo Colombo foi comprado por R$ 5 milhões, pedir a cassação do mandato do deputado.
Pois ontem à tarde a representação deu entrada na Secretaria Geral da Assembléia Legislativa. Deve ser encaminhada à Comissão de Ética, para receber a tramitação normal e chegar ao plenário, onde se decidirá pela cassação ou não do deputado falador.

A principal questão é se a Assembléia conseguirá fazer o processo andar a tempo de chegar a uma decisão antes do final do ano. Imagina-se, que, com o presidente da Casa sendo do PFL, a coisa ande. Mas os demais partidos podem não querer mexer nisso antes da próxima legislatura.

Em todo caso, o jogo está feito e o PFL busca reparação dos danos causados pela “acusação infundada, falsa e irresponsável” contra Colombo.

SC: PORTO SEGURO
Na nova ação que a Justiça Federal está instaurando contra a Daslu, por fraude na importação de bens de luxo, aparece a Columbia Trading SA, que tem “regime especial de ICMS concedido pela Secretaria da Fazenda de Santa Catarina”. A importação chegava via aérea do exterior ao aeroporto de Curitiba. De lá, era transferida para o aeroporto de Navegantes, onde era feito o desembaraço (hum...). E de Navegantes ia para São Paulo.

O “passeio” da mercadoria se justificava pelo tal “regime especial” que além de dar incentivos, ao que parece dava abrigo aos fraudadores.

Algo me diz que esta novela ainda terá muitos capítulos, um mais emocionante que o outro.

PRIMEIRÃO. DE NOVO?
Ontem saiu a lista de 27 deputados que estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvimento com a máfia de superfaturamento das ambulâncias. Qual o primeirão da lista? sim, o Adelor Vieira, que deve estar rezando para que as próximas listas sejam feitas em ordem alfabética de sobrenomes.

SEM RESPOSTA
Até agora a penca PMSDBFL não tem tido sorte no Tribunal Regional Eleitoral. Só nesta última semana entraram com oito representações pedindo direito de resposta em programas eleitorais (a maioria deles contra Fritsch, que está dando nos nervos do LHS com essa história de “gastança”). E o Tribunal negou todos os pedidos, porque entendeu que “não houve ofensa pessoal ou degradante”.

Os juízes acham que não tem problema criticar a administração estadual, discordar das ações e ser contra a forma como o estado era governado. Não pode é ridicularizar o oponente perante o eleitorado. E as informações sobre a dinheirama do funcionário de confiança da Fazenda também foram consideradas apenas crítica política.

É mais ou menos como, num jogo de futebol, o árbitro não interromper o jogo a toda hora e deixar a coisa correr. Resta ao time que se sente prejudicado se aplicar mais e tentar fazer os gols que vão levantar a torcida.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

QUARTA

A POLÍTICA É UMA NUVEM
Nas duas fotos acima, duas figuras lendárias da política catarinense aplaudem duas figuras lendárias da política catarinense. São, como vocês decerto já identificaram, os ex-adversários e agora aliados Jaison Barreto e Esperidião Amin e os ex-adversários e agora aliados Jorge Bornhausen e Luiz Henrique da Silveira (se clicar na foto abre-se uma ampliação).

A política, como já se disse tantas vezes, é como uma nuvem. E quem está na política não pode dizer “desta água não beberei”, porque lá, como cá, tem sempre um dia depois do outro.

O namoro de Jaison com Amin é antigo, mas foram adversários numa renhida disputa ao governo que Amin venceu, ou melhor, que Jaison foi impedido de ganhar. Naquela época eu fiz campanha para o Jaison e achava que ele nunca, mas nunquinha mesmo, sentaria à mesma mesa com o Esperidião Amin, quanto mais andar de beijos e abraços, como depois andaram.

Da mesma forma, tanto cacete deu Luiz Henrique em Bornhausen que a gente era capaz de jurar que eles nunca mais se falariam. Muito menos que virassem unha e carne, casados até que a morte (ou a derrota eleitoral, o que é a mesma coisa) os separe.

HOMENS DE BEM
Jaison Barreto, em 29 de abril de 2002, esteve no “SBT Entrevista”, que era conduzido pelo jornalista Cláudio Prisco e comentou sobre os candidatos da época, que são exatamente os mesmos de hoje: “o governador Esperidião Amin é muito competente, é um dos melhores quadros desse País. Se vaidoso, se auto-suficiente (referindo-se ao governador), tudo bem, mas ele é muito superior a Luiz Henrique da Silveira, inclusive intelectualmente. Luiz Henrique, que é uma figura decente. Santa Catarina está bem servida de candidatos. O (José) Fritsch também é um homem de bem. Até posso discordar das atitudes, mas é um homem de bem.”

E agora em 2006 o velho emedebista Jaison Barreto entra na campanha e abraça com naturalidade o tema da “farsa da tríplice aliança”. Os candidatos continuam sendo gente de bem, mas a verdade é que enquanto os partidos forem fracos, as alianças não se darão em torno dos programas, mas do prestígio de candidatos e de grupos de candidatos. E aí tudo é possível.

NOITE DE SEGUNDA
As duas fotos acima são de segunda-feira à noite. A da esquerda, na grande concentração do PFL em Lages e a da direita da grande concentração “suprapartidária” de apoio a Amin em Balneário Camboriú.

O encontro do PFL funcionou também como uma espécie de desagravo ao Raimundo Colombo, candidato ao senado que foi acusado, pelo seu inimigo Sérgio Godinho, de ter recebido dinheiro para aliar-se a Luiz Henrique. Dez oradores (meu Deus!) defenderam a aliança com o PMDB. Mas o ponto alto foi quando Casildo Maldaner conjugou o verbo “colombar”. E disse que depois do Cristóvão Colombo, do Colombo Salles chegou a vez do Raimundo Colombo.

CHUMBINHO AVANÇA
No Rio de Janeiro e na Bahia já apareceram pesquisas que mostram Heloísa Helena em segundo lugar e o Chumbinho, em sua trajetória lenta e gradual rumo ao fundo, em terceiro.

Lamentavelmente, Lula está na frente, muito na frente. Já disse aqui que, se dependesse de mim, a disputa seria mais equilibrada. No mínimo para que os candidatos caprichassem mais, se esforçassem mais e que a gente tivesse alternativas reais.

Daí, quando um candidato dissesse, como o Lula disse ontem no programa eleitoral obrigatório, que mudou a economia, tendo sido, na manutenção dos princípios econômicos do governo anteior, mais ortodoxo que franciscano de batina, os eleitores poderiam pensar em, quem sabe, votar em outro candidato que não torcesse a verdade ou não espancasse a gramática.

Ah, e que tal essa história que o voto em Lula vai manter o governo? Nada mais falso, ainda mais depois das declarações recentes do próprio Lula, em que afirma que mudará radicalmente a composição do seu ministério, retirando do PT o protagonismo e entregando ministérios importantes ao PMDB governista (Sarney e amigos). Será, portanto, um governo totalmente novo e cheio de surpresas.

Mas vou parar por aqui antes que alguém entenda que estou fazendo campanha contra o Lula. Não se trata disso. Só estou chateado com a falta de competitividade dos outros candidatos e aborrecido com as emoções escassas desta campanha.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

TERÇA

E O MAX SE FOI
O Secretário de Estado da Fazenda, Max Bornhold, saiu do governo. Na carta que enviou ao governador Eduardo Moreira, Bornholdt disse que solicita a exoneração do cargo “para que a comissão designada por Vossa excelência apure, com toda amplitude e rigor, os fatos ocorridos com o servidor comissionado desta pasta”.

Bornhold foi arrastado pelo dilúvio que se abateu sobre o governo estadual com a prisão do Aldo Hey Neto, um de seus homens de confiança, assessor ligado diretamente a seu gabinete.

O secretário, que estava no exterior, em férias, teve que voltar às pressas, chegou ao Brasil na noite de domingo e ontem, às quatro e meia da tarde, numa entrevista coletiva, anunciou que deixa o cargo.

Max Bornholdt diz que Luiz Henrique (seu amigo de mais de 40 anos) deixou-o à vontade para tomar a decisão de ficar ou sair e concordou que o afastamento seria melhor para ele e para o governo. O Dr. Moreira, com quem conversou rapidamente ontem à tarde, pediu-lhe que ficasse, mas ele manteve a decisão de sair.

Na entrevista em que comunicou sua exoneração, Max Bornholdt afirmou que se sente traído na confiança que depositou no Aldinho, que era um profissional com excelente currículo.

SE FICAR, O BICHO...
Todas as vezes que surge alguma suspeita sobre um servidor público ou um parlamentar, muita gente fala que é melhor que ele se afaste até que tudo se esclareça. Foi assim que pensou o ex-secretário: deixar à vontade o governo para apurar e investigar.

Só tem um pequeno problema, que os adversários de LHS já perceberam: o Max Bornholdt não é acusado de nada nem suspeito de coisa alguma. E uma vez afastado o Aldinho, que é, até o momento, o único acusado, Bornholdt poderia ajudar, com o conhecimento que tem da secretaria, a esclarecer os fatos. Vão usar contra ele (e, por tabela, contra LHS) a velha história de que quem não deve, não teme.

Mas até o momento ninguém, nem entre os apoiadores de LHS nem entre seus adversários, acha que esse episódio terá um grande impacto na campanha eleitoral. Avaliam que o eleitor médio está pouco informado sobre o que se trata e o que pode representar. Talvez tenha ouvido falar da operação dilúvio, mas como uma ação nacional, sem relação direta com o governo catarinense e com algum candidato.

O POLIVALENTE
Sem grandes surpresas, a Secretaria da Fazenda será assumida pelo Alfredo Felipe da Luz Sobrinho (na foto acima, recebendo o pepino diretamente das mãos do Dr. Moreira), que é também secretário da agricultura e já foi, neste governo (e em 2006), secretário de planejamento. Trata-se, como se vê, de uma espécie de coringa de confiança, pau pra toda obra. Durante algum tempo acumulará os dois cargos. E segundo o governo, em breve será escolhido um novo secretário para agricultura: Felipe da Luz ficará pelo menos até o final do ano na Fazenda.

O novo secretário também faz parte da comissão (com Ivo Carminatti e o Procurador Tycho Brae) encarregada de revisar os processos e procedimentos que o Aldinho fez enquanto foi funcionário do governo. Ou seja, o Dr. Moreira entregou, literalmente, a Secretaria da Fazenda, à Comissão. Não poderão se queixar de falta de poder.

As controvérsias hoje deverão ser centradas na enorme dúvida que paira sobre o Centro Administrativo: afinal, o que o Dr. Moreira entregou para o Felipe da Luz foi mesmo um pepino ou seria, na verdade, um abacaxi?

MISTÉRIOS SUBMERSOS
Enquanto há quem diga que, para questões de dilúvio seria melhor chamar logo o Noé, restam algumas dúvidas sobre que tipo de atuação teve o tal Aldinho para ser enquadrado na operação da Polícia Federal. Certamente a fraude detectada no caso específico não diz repeito ao fisco estadual. E isto falta esclarecer: o modus operandi do suspeito. Onde, quando e como ele fraudava o quê? E com a participação de quem?

ESSE PSDB...
O candidato a governador pelo PSDB do Ceará, estado do presidente do partido (Tasso Jereissati), declarou abertamente, inclusive no horário eleitoral, apoio a Lula.

O candidato a governador pelo PSDB de Minas Gerais, Aécio Neves, que segundo as pesquisas vence fácil no primeiro turno e tem algo perto de 80% da preferência dos eleitores, se recusa a pedir votos para Alckmin.

Só com estas duas situações, já era pro Dr. Geraldo colocar a viola no saco e ir cantar em outra freguesia. Vida dura, a do candidato que precisa travar batalhas diárias dentro do seu próprio partido, para que seus próprios correligionários peçam voto para ele. Ao que tudo indica não é Lula que está indo bem, é o PSDB que está indo muito mal.

LUCI E O VELHO LULA
A candidata ao senado, Luci Choinacki ressuscitou, no seu programa eleitoral de rádio e TV, música de uma antiga campanha do Lula. Aquela do “Lula lá, nasce uma estrela”, que é bem bonita, mas pertence a um passado que o candidato-presidente prefere esquecer. E também foi buscar, no baú do tempo, aquele gesto com o polegar e o indicador fazendo um “L”, de Luci, de Lula.

Luci, ao contrário de seu velho companheiro, continua petista, continua tendo partido, continua sua trajetória. Temo que, se eleita, deixe-se contaminar e passe a fazer, com Ideli, uma dupla de senadoras de resultados, cegamente atreladas ao novo Lula.

E por falar em PT, tentei achar, na propaganda do Fritsch, referências ao PT. O partido foi substituído pelo 13 verde. Não é grave nem sério, mas não deixa de ser curioso.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

SEGUNDA

CAMPANHA SEM MULTIDÕES – A maioria dos eventos têm sido reuniões menores, com pouca gente, como esse comício aí de Timbó. Só às vezes a casa lota.

SALVEM OS MENSALEIROS
O PT e o PCdoB foram à Justiça Eleitoral em defesa dos seus aliados mensaleiros, para tentar tirar do ar o site da ONG Transparência Brasil, que publica a relação de mensaleiros e outros suspeitos e acusados do parlamento e do governo. Alegavam, os ditos partidos, que um dia foram de esquerda e há séculos defendiam as liberdades democráticas, que a campanha “Não vote em mensaleiro” era injuriosa, ofensiva e difamatória.

Pois a Justiça se fez. O Juiz não só achou que a campanha tem um fundo de civismo ao alertar a população para que vote conscientemente, como negou o pedido dos dois partidos outrora de esquerda (PT e PCdoB).

Na verdade, acatou apenas uma pequena parte do pedido: mandou tirar a frase que compara os mensaleiros a animais (decerto porque ofendia os animais). O resto continua como está.

FAZENDA EM FOCO
Passou meio despercebido o relatório de auditoria do Tribunal de Contas que aponta oito problemas na cessão do prédio do governo (anteriormente ocupado pela Secretaria da Fazenda) para a prefeitura de Florianópolis. O governo tem 60 dias para se explicar. O principal problema é a ausência de autorização legal.

Embora a decisão de emprestar o prédio seja do governo, o fato de ser endereço tradicional da Secretaria da Fazenda e de ter despertado paixões à época da transferência, certamente colocará mais lenha na fogueira que arde em torno dessa secretaria.

EXPECTATIVA FAZENDÁRIA
Até o momento em que terminei de escrever esta coluna, ontem à noite, o governo não tinha informado claramente se o secretário Max já estava em solo brasileiro. Provavelmente resolveram manter o secretário, nas primeiras horas, longe da imprensa. Até que seja montada a estratégia de sua apresentação e o tom de suas explicações.

Existe, é claro, a possibilidade, remota, do secretário não ter conseguido vôo no sábado e só chegar hoje, mas nem eu mesmo, que sou um sujeito ingênuo e crédulo, acredito nisso.

A prisão do assessor pela PF e, depois, a prisão preventiva decidida pela Justiça, dão a dimensão da gravidade do caso. Isso coloca, sobre os ombros do secretário Max, uma responsabilidade enorme. Vai depender do que ele disser e da forma como disser, o tamanho do estrago que será feito na campanha de Luiz Henrique.

LULA DE VENTO EM POPA
Segundo a Folha de S.Paulo, bancos e empreiteiras investirão mais em Lula do que em Alckmin. O volume maior de doações não supreende, mas não deixa de ser curioso ver que justamente aqueles setores que, há quatro anos, temiam o caos na economia com a eleição de Lula, agora não querem, de jeito e maneira, que ele saia.

* * *

De janeiro a agosto deste ano a Polícia Federal realizou 74 operações. E em 2005 inteiro, apenas 61. Em 2004, 42 e em 2003, 16 operações. Claro que a PF nega que esteja intensificando sua atuação por causa do ano eleitoral.

* * *

Lula já conversa abertamente sobre a montagem do seu ministério de 2007. Considera a eleição ganha no primeiro turno. Ah, e o PT não terá mais a maioria dos ministérios. O PMDB (ou parte dele) é o novo queridinho de Lula.

POIS NÃO É QUE O LULA BOTOU MESMO BOTOX NA CARA?
DIARINHO É PHODA! – No dia 1º de abril publiquei, de brincadeira, as fotos acima, mostrando que o Lula estava se preparando para a campanha. Mas era pra ser só um primeiro de abril, uma piada. Pois não é que a Veja desta semana mostrou que, de fato, o candidato-presidente deu-se ao trabalho de injetar botox na cara, pra “suavizar” as rugas? Não chegou a pretear a barba, como eu tinha sugerido, mas no resto mexeu pra valer. Abaixo, fotos sem maquiagem (ele está maquiado, mas as fotos, não), pra vocês verem se o botox deixou ele mais bonito ou se enganaram o Lula... de novo (pra ver os detalhes, é só clicar nas fotos que se abre uma ampliação).



Update – A partir de hoje o DIARINHO, o Diário do Litoral, circula com duas edições. A tradicional, que se encontra nas bancas de Porto Belo e Bombinhas pra cima, até quase Joinville, com uma grande cobertura de Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Itapema e adjacências e a edição “Floripa”, que pode ser encontrada de Tijucas pra baixo, na maioria dos municípios da Grande Florianópolis. A diferença entre as duas edições é a capa e a contracapa, destacando os assuntos de cada uma das regiões.

sábado, 19 de agosto de 2006

SÁBADO E DOMINGO

DEBATES A TODA HORA
Ontem foi a vez da Fiesc promover um debate com os três principais candidatos ao governo (nas fotos acima só aparecem dois, mas o Fritsch também estava lá). Diferentemente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, faz todo o sentido a Federação das Indústrias querer saber, conhecer e conversar com os candidatos.

Tinha até começado a escrever um texto com o que um e outro falou, a proposta que destacou, mas aí pensei: “coitados dos leitores, merecem um descanso pelo menos no final de semana”. Mesmo porque, cá entre nós, a gente já está quase decorando o que diz cada um deles.

Mas teve algumas novidades. A Fiesc apresentou um documento aos candidatos, com as revindicações dos empresários. LHS topou na hora, assinou embaixo e disse que vai atender “tudo o que for possível”. Amin e Firtsch, um pouco mais cautelosos, disseram que primeiro terão que ler e analisar o documento antes de assinar qualquer compromisso.

A história do assessor enjaulado pela Polícia Federal, é claro, serviu para Esperdião enfiar alguns alfinetes no governo. E é, de fato, um prato cheio.

SUSPENSE E EMOÇÃO
O Secretário da Fazenda, Max Bornholdt, deve desembarcar no Brasil no domingo de manhã (há quem diga que ele está tentando chegar ainda hoje). Em torno dele acontecerão os principais fatos políticos dos próximos dias. Tem gente que já roeu todas as unhas, só imaginando os desfechos possíveis.

A coisa é relativamente simples e são poucas as possibilidades. Abaixo listo algumas das hipóteses:

a) o Secretário não tem nada a ver com o caso e, como marido traído, pede as contas e sai de cena;

b) o Secretário não tem nada a ver com o caso e, como marido traído, se atrapalha nas explicações e o Dr. Moreira mostra-lhe a porta da rua;

c) o Secretário não tem nada a ver com o caso, mas, mesmo se sentindo como marido traído, continua no cargo, para “colocar ordem na casa”;

d) não fica claro se o Secretário não tem mesmo nada a ver com o caso e aí o Dr. Moreira, para salvar os dedos, mostra-lhe rapidamente a porta da rua e faz uma limpa na equipe.

Em resumo: não existe hipótese “melhor”. Só uma ou outra “menos pior”. E cada uma delas poderá ter repercussões na campanha, que vão variar de acordo com a habilidade com que o governo (e o Secretário Max), na segunda-feira, derem as explicações que faltam e anunciarem se ele fica (e em que condições) ou se sai (e em que condições).

Nem se trata de prejulgar (mesmo porque eu, como muita gente, acha que, de fato, o Secretário é apenas um marido traído, cuja honestidade ainda não está em jogo), mas simplesmente de constatar que, em campanha eleitoral, a versão, o boato, a fofoca, se sobrepõem aos fatos.

ARRANJA UMA LUPA
Vocês devem ter percebido que os partidos estão atendendo à determinação da Justiça Eleitoral e colocando, na propaganda obrigatória da televisão, legendas ou linguagem de sinais, para que os deficientes auditivos possam saber o que dizem os candidatos.

Só que tem um grande problema - e vocês por favor me corrijam se eu estiver errado ou exagerando: do jeito que fizeram a coisa dá a impressão que, para os partidos políticos, o sujeito que não escuta não pode, ao mesmo tempo ser míope ou ter alguma dificuldade de visão.

Ao contrário, eles acham que a surdez faz com que a criatura tenha uma visão de super-homem.
Vocês já notaram? Eles colocam as letrinhas da legenda tão pequenas, tão pequenas, que até a gente, que escuta direito, tem dificuldade de ler (dá uma olhada nas fotinhos ao lado). E as coitadas das mocinhas que traduzem o discurso para a linguagem de sinais são colocadas tão pequenininhas quanto as legendas. Parecem umas manchinhas que se movem no canto do vídeo. Isso é a demonstração concreta do preconceito e da falta de sensibilidade com que tratamos aqueles que têm alguma deficiência.

ESCONDE-ESCONDE
O esconde-esconde está ficando popular na campanha política. O Lula, num passe de mágica, apagou o PT da sua propaganda. Esconde a estrela, o vermelho e o partido que ajudou a fundar. E tanto o Geraldo quanto o Alckmin, escondem o Fernando Henrique Cardoso. E tem aqueles que se escondem da polícia, outros que escondem o próprio passado e uns tantos que escondem suas verdadeiras intenções.

CHUMICHUNGA
O tal motorista/segurança do prefeito Dário Berger, que quis resolver no braço um debate político é, de fato, policial militar da ativa. Só que, descobriu-se ontem, estava cedido pela PM para atuar na Assessoria Militar da Câmara de Vereadores.

Não poderia ficar prestando serviços gerais ao prefeito, que nada tem a ver com o legislativo. A menos que, como deu para desconfiar naquele episódio do “debate”, seja o prefeito que mande e desmande na Câmara.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

SEXTA

O ESCÂNDALO DO DIA
Na noite de quarta e comecinho da madrugada de ontem, o debate entre candidatos ao governo promovido pela Câmara de Vereadores de Florianópolis virou um festival de baixarias onde, por pouco, o candidato do PP, Esperidião Amin, não foi agredido por um segurança do prefeito Dário Berger.

É claro que, do outro lado, afirmam que Esperidião estava fora de si, ofendendo o presidente da Câmara, a quem teria chamado de “empregado do governador”, desacatando o prefeito Dário, a quem acusou de “vendido” e que o motorista do prefeito, o tal segurança, é uma flor de pessoa.

Na foto acima, o ex-governador Amin parece ser um leiloeiro que aceita o lance final e declara que o bem foi vendido. Só parece. Pena que este jornal não tenha som e movimento, pra vocês sentirem o clima. Ah, mantive o vereador Aurélio Valente (PP) na foto, só porque tem o mesmo sobrenome que eu.

Esperidião chamou a Polícia Militar para registrar os fatos, porque se sentiu ameaçado pelo guarda-costas/motorista do prefeito Dário Berger (que, por coincidência, é um PM da ativa fazendo um biquinho municipal).

Ontem no almoço com o Felipe Massa e outros corredores que vieram propor um evento de kart para Florianópolis, o prefeito Dário ainda parecia com ressaca cívica, do bate-boca noturno na Câmara.

Depois desse cumprimento afetuoso do LHS, o presidente da Câmara, Marcílio Ávila ficou meio sem jeito e é compreensível que não tivesse conseguido agir com mão firme quando o pau quebrou entre Amin e Dário.
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Depois de ouvir relatos dos dois lados, consegui reunir alguns fatos incontestáveis:

a) Foi mesmo um barraco;

b) Apesar de não estar participando do debate, não ser vereador nem candidato a governador, o prefeito de Florianópolis, que foi indevidamente colocado na mesa dos debatedores, meteu-se na discussão. Coisa que, evidentemente, não podia fazer;

c) O presidente da Câmara, vereador Marcílio Ávila, não conseguiu segurar os ânimos nem impor sua autoridade.

Fora isso há, da parte da Coligação Salve Santa Catarina, uma denúncia ao Procurador Regional Eleitoral, por “crime de descumprimento de instrução da Justiça Eleitoral sobre as regras do debate”. A coligação afirma que o que tinha sido combinado com as assessorias dos candidatos não foi cumprido e cita o caso da presença do prefeito em lugar que deveria ser ocupado apenas pelos vereadores e pelos cinco jornalistas convidados para fazerem perguntas.

A denúncia pede que sejam tomadas providências contra a atitude omissa do presidente da Câmara.

O candidato Luiz Henrique ficou de fora do inacreditável bate-boca de Amin com o prefeito e o vereador Juarez Silveira e, esperto, assim que terminou tratou de sair fora.

Eu sei que vocês não gostam de saber dos detalhes sórdidos, mas eu vou contar assim mesmo: um jornalista perguntou a Amin se ele era dono da Transol, uma empresa de ônibus urbanos. E Amin disse que nunca teve vínculos com esta ou outra empresa, ao contrário do prefeito Dário Berger, cuja família é proprietária da empresa Imperatriz, de ônibus intermunicipais e da Casvig, empresa de vigilância e o ex-governador insinuou que a mudança de partido dos irmãos Berger (o deputado estadual Djalma Berger e do prefeito) teria facilitado às empresas da família obter vultosos contratos com o governo estadual.

A partir daí o prefeito (que em tese não poderia se manifestar e nem deveria estar entre os vereadores), subiu nas tamancas, Amin colocou o dedo em riste, o vereador Juarez Silveira se meteu e foi aquele auê. O motorista-segurança do prefeito apareceu no final e Amin se sentiu ameaçado. Só saiu da Câmara sob escolta policial, enviada pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

É isso. Como dá pra ver, foi só começar o horário eleitoral obrigatório pra campanha esquentar bastante. O que não tem faltado é notícia. Vamos ver qual será a boa de hoje...

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

QUINTA

No auditório da Procuradoria Geral onde ocorreu a entrevista coletiva em que o governo anunciou as medidas que tomou sobre o caso do assessor preso, a mesa principal fica, curiosamente, bem em frente ao banheiro masculino.
Taí um bom auditório para fazer as reuniões da Secretaria do VDM...

Na foto acima, da esquerda para a direita:
Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, Tycho Brahe Fernandes e Ivo Carminatti.


O ESPECIALISTA
O cara é especialista. Currículo impecável. Professor de Direito Internacional. Insuspeito, apresentou, no 2° Congresso Brasileiro de Direito Internacional, o trabalho “A Corrupção e as Empresas Transnacionais”. Consultor tributário. Auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Paraná. Recomendadíssimo. O próprio sócio do Dr. Max Bornholdt falou bem dele. Não tinha como não trazer esse especialista para a Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina.

Homem de confiança do Secretário Max, Aldo Hey Neto, o tal especialista, participava das comitivas governamentais, como aquela que foi a São Paulo, em julho de 2004, tentar trazer um centro de distribuição das Casas Bahia para Santa Catarina.

Desde 30 de abril de 2004, Hey Neto foi colocado para gerir um programa de incentivo às importações (Compex), que são abatimentos concedidos a empresas que usam os portos catarinenses para receber suas cargas. O lançamento do Compex foi elogiado até pela Fiesc.

Pois ontem bem cedinho o especialista Aldo estava entre as dezenas de pessoas que a Polícia Federal prendeu na “Operação Dilúvio”, suspeito de participar de um super-mega-hiper esquema de sonegação fiscal e sub-faturamento de importações.

E o Secretário Max, que tinha saído de férias, foi “convidado” pelo governo a fazer um bate-e-volta: iniciar a viagem de volta tão logo tivesse chegado a seu destino, nos Estados Unidos.

O CANDIDATO
O outro personagem é um auditor fiscal da Receita Federal, que em 2002 fez concurso para o Itamaraty (será que passou e não quis ser diplomata?), administrador com registro 946 no CRA-SC, que resolveu testar sua popularidade nas urnas e candidatou-se a deputado federal pelo PMDB com o número 1501 (algum dia alguém tem que estudar por que tantos fiscais se aventuram na política, né não?) Pois bem, ele também foi preso hoje, na mesma operação.

Com um nome incomum, Gumildes Rupert Ribeiro pretendia gastar até R$ 2,9 milhões na sua campanha. Mesmo declarando, como bens, apenas um apartamento de R$ 280 mil e uma motocicleta de R$ 13 mil, decerto confiava nas doações de almas generosas que apostavam no bom serviço que poderia prestar ao estado em Brasília.

A DOR DE CABEÇA
O governador, Dr. Moreira, que é médico, não teve dificuldade para encontrar o analgésico que o ajudasse a enfrentar o dia. A notícia da operação da Polícia Federal tirou-o da cama como se fosse um balde de água: imediatamente tratou de acordar os auxiliares e preparar a reação que o caso exigia. E, até onde consegui ver, fez tudo direito (não que, diante da situação, tivesse outras opções, mas sempre poderia ter pisado na bola).

Botou na rua o funcionário suspeito e, ao mesmo tempo, criou uma comissão sem ninguém da Secretaria da Fazenda, para examinar todos os atos e procedimentos do Aldo no governo e em 15 dias (esse número...) dar um parecer sobre o que aconteceu, se houve prejuízo para o estado, se houve mesmo fraude e de que forma tudo era feito.

Na própria coletiva que anunciou as medidas, a ausência do Diretor Geral da Secretaria da Fazenda não foi acidental: o governo quer mostrar não apenas agilidade, mas também evitar a contaminação da apuração pela suspeita de pizza ou panos quentes.

Mas será uma tarefa muito difícil, a da comissão, composta pelo Procurador Geral do Estado, Tycho Brahe Fernandes, pelo Secretário de Estado da Agricultura (e ex-Secretário do Planejamento) Alfredo Felipe da Luz Sobrinho e pelo Secretário da Coordenação e Articulação, Ivo Carminatti (eles aparecem na foto lá em cima).

O COMPADRE
O Secretário da Fazenda, Max Roberto Bornholdt (foto), amigo e companheiro de longa data do ex-governador Luiz Henrique da Silveira é o fiador da presença do Aldo no governo. Caberá a ele explicar como o especialista veio parar aqui e de que forma assumiu as funções que lhe permitiriam, em tese, favorecer sonegadores.

Claro que a proximidade do Secretário Max com o candidato LHS (são até compadres) torna tudo mais complicado e sensível. Qualquer descuido pode transformar um problema isolado numa bomba eleitoral de efeito devastador e imprevisível.

Fortes emoções nos esperam, ainda mais que o prazo da comissão que o governo estadual encarregou de examinar os supostos delitos termina no início de setembro, a um mês, se tanto, das eleições.

GUERRA É GUERRA
Àqueles que desconfiam de tanta eficiência da Polícia Federal em pleno período de campanha eleitoral (várias “operações” nas últimas semanas e mais algumas em “maturação”), o Ministro da Justiça, naturalmente, disse que uma coisa não tinha nada a ver com outra. Não podia mesmo dizer que, embora sem ser de propósito, faz bem para a campanha do candidato-presidente que a PF mostre serviço.

De qualquer forma, não faltará quem ache que se trata de “perseguição do Lula” ao PMDB catarinense, que lhe faz oposição. Coisa ainda mais complicada de comprovar que o dinheiro que só o Godinho viu. Mas, tanto uma quanto outra, são fofocas que têm tudo para prosperar ao pé do ouvido.

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AMINZINHO PAZ & AMOR
A entrevista do candidato-ex-governador ontem, na RBS-TV, mostrou a faceta controlada e amistosa, didática, quase paternal, do Esperidião. Claro que, experiente, ele percebeu que LHS, no dia anterior, tinha se exaltado e quis mostrar que era diferente. Tal e qual Heloísa Helena, Amin domina a arte de falar em público e sabe cativar a audiência. Resta saber se cativará os votos necessários.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

QUARTA

GODINHO ACUSA, MAS NÃO PROVA
Depois de cinco dias de suspense, quando todos acreditavam que o deputado fosse tentar suavizar a acusação que lançou da tribuna, Sérgio Godinho supreendeu e manteve tudo o que disse. Com uma pequena correção: pediu desculpas ao PFL por ter citado o partido. Mas continua afirmando que a mudança de posição do ex-prefeito de Lages, seu desafeto particular, Raimundo Colombo, “custou caro à coligação”. E insiste que houve “uma negociação espúria” que envolveu dinheiro e não teria sido só dinheiro de convênios com a prefeitura: “foi outro dinheiro”.

E as provas disso? Bom, aí são outros quinhentos mil reais. O deputado não mostrou nenhuma prova e afirma que não precisa provar nada porque tem imunidade parlamentar.

A esta altura eu não entendi mais nada. Porque sempre imaginei que a imunidade era para proteger os deputados de pressões indevidas e garantir que pudessem expressar suas opiniões com liberdade. Não sabia que incluía esse terreno pantanoso das acusações sem provas.
Talvez sonhando ser um Roberto Jefferson do planalto catarinense, Godinho disse que a imprensa deveria investigar o que ele afirmou. De certa forma, passou adiante a tarefa de provar o que ele disse. Aí fica muito fácil, né?

Godinho disse que, assim como a imprensa pode preservar o sigilo da fonte de suas informações, ele vai manter em sigilo quem lhe deu a informação sobre a compra de Raimundo Colombo. Só que o deputado esquece que, no caso da imprensa, embora o sigilo da fonte seja assegurado, é preciso sempre provar o que se diz.

Raimundo Colombo estava ontem em São Paulo, às voltas com a gravação dos programas eleitorais e não quis comentar o “disse que me disse” de Godinho. Deve estar avaliando de que forma vai enfrentar o problema.

CHEIO DE DEDOS
O grande sucesso do primeiro dia do horário político obrigatório na televisão foi o candidato a deputado federal 5656, que mostra as duas mãos duas vezes para fazer o seu número: numa das mãos, como tanta gente, tem cinco dedos e na outra... seis! 56 56!
Como é muito rápido, passa meio despercebido, mas parece que é só um truque meio tosco e o candidato não tem seis dedos. Em todo caso, fiquei com uma impressão ruim: a mão parece que ficou maior e mão grande é a última coisa que a gente quer num político.

FRITSCH SEM SDR
Nas entrevistas que a RBS-TV está fazendo com os candidatos a governador, José Frisch, do PT, disse que vai acabar com as Secretarias do Desenvolvimento Regional, mas vai regionalizar o orçamento. Ou seja, vai manter a essência da descentralização, “sem o secretários regionais, que são desnecessários”.

Uma das coisas que ele falou que eu achei muito interessante foi a proposta de premiar os bons pagadores de impostos. Assim como ele, eu também me incomodo com essas “promoções” que de tempos em tempos premiam os caloteiros, dando descontos e “incentivos”.

O companheiro Mário Mota, apresentador do jornal, não quis incluir a experiência de Fritsch como ministro, como “experiência no executivo”. E insistiu que ele só tinha experiência como prefeito. Meu caro Mota, ministro é cargo do executivo e um ministério como o da pesca é, sim, maior e mais importante que uma prefeitura como Chapecó.

LHS TEM PRESSA
Ontem foi a vez do LHS ser entrevistado na RBS-TV. Claro que tratou de falar que as Secretarias Regionais não têm nada de cabide de emprego e que não houve aumento de gastos por causa da criação delas.

Mas ele engatou uma primeira e foi adiante com tudo quando os apresentadores falaram que os números (de ocorrências policiais) têm crescido. Daí LHS catou suas tabelinhas e tratou de dizer que, ao contrário, a criminalidade está diminuindo. Os apresentadores ainda quiseram dar uma apertada no candidato, mas ele não quis saber e desandou a falar (foto acima).

Depois que o Bonner e sua esposa começaram a fazer entrevistas mais duras, o pessoal tem tentado imitar. Mas com o LHS, macaco velho, não deu. Ele só parou quando o tempo acabou.

DIA 29, 19h, COMBINADO?
A exposição de comemoração de um ano da coluna De Olho na Capital será aberta solenemente no dia 29, terça-feira, às 19h, na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa, com a presença do Presidente da Assembléia e de vários convidados ilustres. O evento será uma espécie de reconhecimento à importância do DIARINHO, o jornal de maior circulação de Itajaí, Balneário Camboriú e adjacências.